O SUCESSO DEPENDE MUITO MAIS DE PERSEVERANÇA DO QUE DE SORTE

A história está repleta de homens que sonharam e não desistiram. Homens que tentaram várias vezes até ver seus sonhos sendo realizados. Eles não desistiram, ousaram, insistiram e... conseguiram.

Um homem estava no cais do porto de Nova Orleans nos Estados Unidos. Das embarcações desciam vários escravos. Filhos eram separados de suas mães, maridos ficavam sem suas mulheres. Havia choro, dor, tristeza e amargura. Aquele homem olhava a situação. Seu coração revolvia dentro de si e ele se sentia na responsabilidade de fazer alguma coisa para mudar aquele quadro. Ele nem tinha nada a ver com a história, mas sua alma dizia que ele precisava agir.

O tempo passou, mas sua vontade de acabar com a escravidão daqueles coitados não morreu. Ele já estava acostumado a perder. Em 1831 fracassou feio nos negócios. Um ano depois, era candidato  ao cargo de deputado estadual, mas perdeu. Ele realmente não estava com sorte. Parece que em todas as portas que batia, recebia um não como resposta. Em 1833 pegou dinheiro emprestado com um amigo para abrir outro negócio. Em 1834 estava falido.

Homens que não desistem facilmente são assim: eles caem e se levantam. Tentam de novo, persistem. No ano seguinte, em 1835, viu-se numa situação ainda mais complicada: perdeu sua noiva, vendo-a morrer. Foi um tremendo golpe da vida, uma perda irreparável. Ele se lamentou, chorou. Ficou tão abalado que em 1836 teve um colapse nervoso e ficou internado por cerca de seis meses. Mas você, caro, leitor, acha que ele parou? Não. Dois anos depois, candidatou-se novamente e perdeu, de novo. Mais uma derrota e ainda mais vontade de vencer. Ele conseguiu insistindo e perdendo, caindo e levantando, até que em 1860 ele conseguiu o que tanto queria. Ele foi eleito o 16º presidente dos Estados Unidos da América. Estou falando de Abraham Lincoln, que, governou por apenas seis anos, mas fez a diferença nesse pouco tempo. Ele morreu em 1866, mas não sem antes colocar em prática o motivo que o fez lutar tanto: acabar com a escravidão.

Poucas pessoas nos dias de hoje têm sonhos tão arraigados em si. A maioria de nós nutre pequenos projetos de vida, mas não desenvolvemos nossa capacidade de ousar e querer fazer a diferença na vida dos outros. Lendo sobre esse homem fora do comum, começo a me perguntar quais sãos os sonhos que nutrem minha vida? Por quais projetos estou disposto a lutar, a tentar de novo, mesmo que tudo pareça ser do contra. E você, amigo leitor, o que o move? O que movimenta sua alma a ponto de fazer com que você se sinta capaz de vencer qualquer dificuldade? O que você quer tanto e está disposto a pagar o preço necessário para tê-lo?

Não adianta fingir: tudo tem um preço, às vezes até alto de mais. Há projetos que custam pouco, mas há os grandes projetos que exigem todas as nossas economias. Há projetos que teremos de abrir mão de conceitos, de posições de destaque, de relacionamentos e, com certeza, de dinheiro. Há um preço a pagar pelo que queremos e somente quem está pronto a fazer o sacrifício é capaz de atingir seus objetivos.

A história desse homem me faz pensar na origem dos nossos sonhos. Quando eles são legítimos, as chances de se realizarem são enormes, mas quando são frutos de nosso egoísmo, de nossos interesses individuais podem representar simplesmente uma fonte de profunda frustração e dor, tanto para nós como para as pessoas que nos rodeiam.

O sonho de Lincoln veio de sua certeza de que a escravidão não era boa para a humanidade. Nasceu da sua convicção pessoal de que tinha um papel importante a desempenhar no mundo, mesmo que para isso ele tivesse que lutar várias vezes. Os nossos sonhos são legítimos quando representam  a nossa vontade de não somente mudar a nossa vida, mas a das pessoas que estão a nossa volta. Não devemos sonhar só para nós, precisamos sonhar para o mundo. Aquilo que somos e que fazemos precisa impactar o mundo a nossa volta. Isso é fazer diferença! Nossa motivação para sonhar precisa ser corroborada pela nossa missão no mundo. Se aquilo que sonhamos fere o direito dos outros é sinal de que nosso coração está nutrindo desejos não legítimos e que, se realizados causam estragos no mundo.

Adolf Hitler é um exemplo de sonhador perverso. Seus sonhos não corroboravam com sua liderança e ele acabou causando um grande estrago na vida de muitas pessoas. É isso que acontece quando chegamos a algum lugar de sucesso sem ter o caráter tratado: fazemos de nossa posição um motivo para infligir mal aos nossos semelhantes.

Aqui está um segredo do sucesso: tratar o caráter. Nosso caráter precisa ser moldado ao perfil da pessoa que queremos ser. Uma pessoa de sucesso precisa aprender os conceitos de humildade, fraternidade, liderança, amor ao próximo, respeito às diferenças e  amor a Deus antes de chegar ao topo, para que, quando ela chegar lá, não se esqueça de quem realmente é. Quando uma pessoa egoísta, sem valores humanos e cristãos chega ao poder acaba massacrando os que estão no seu caminho. É isso que quer dizer Salomão quando diz: “Quando o justo governo, o povo se alegra; mas quando o ímpio domina, o povo geme”. O leitor precisa atentar para a diferença dos vocábulos que o Sábio Salomão usou: “justo – governa” e “ímpio-domina”. O justo sabe o valor da liderança, por isso governa, isto é indica o caminho para o que vêm atrás de si. O líder sábio e justo deseja ensinar aos seus liderados a como chegar ao lugar onde ele está hoje. Já o ímpio domina, isto é manda, não ouve, se acha o dono da verdade. O ímpio, quando tem o poder, oprime, massacra e limita a liberdade das pessoas que andam com ele. Ele faz isso porque não é capaz de influenciar os seus liderados e precisa usar a força e, às vezes, a loucura para conseguir obediência.