terça-feira, 18 de outubro de 2011

Porquês......

A vida é mesmo uma complicação ou somos nós quem a complicamos?
Sinceramente, não sei bem, mas é certo que existem problemas sobre os quais não temos controle.
Quando as coisas fogem ao nosso controle, tudo parece mais confuso, menos claro e mais dolorido. Nessas horas, esquecemos praticamente tudo o que sabemos e a nossa querida capacidade de resolver desafios parece extinguir-se. No meio dessas pedras no cérebro, já sobrecarregado com as pancadas do dia, não conseguimos, sequer, identificar um pouco de luz e, assim, vêm os porquês.

Por que estou assim? Por que sofro tanto? Por que não posso ser feliz? Por que não tenho dinheiro? Por que meu amor se foi? Por que Deus parece não se preocupar comigo? Por que a vida tem de ser assim?



E os porquês são inúmeros. Às vezes, até entende tal desespero de tentar entender tudo isso, já que isso talvez amenizasse a dor de alguns, mas, por outro lado, fico me perguntando se já, na verdade, não sabemos as respostas dos nossos porquês.

Será que os nossos problemas são coisas da vida ou consequências das nossas próprias ações?
Será que estamos reclamando da vida, de Deus, do mundo de forma a nos esquivarmos de nossa responsabilidade?

São muitos os porquês que podemos ter, mas hoje preferi perguntar PRA QUE TUDO ISSO?

Pra que chorar de vez em quando?
Pra que tenho de me sentir sozinho?
Pra que tenho de me sentir traído?
Pra que tenho de ser criticado, acusado e humilhado, mesmo quando na de errado fiz? (como se isso fosse verdade).

Quando nos perguntamos PRA QUE tendemos a ver que há uma resposta simples pra tudo isso: ESTAMOS EM CONSTRUÇÃO.

Assim como um edifício não fica pronto da noite para o dia e durante a sua construção talvez seja preciso quebrar algumas partes, nós também precisamos passar por isso. Às vezes, é preciso quebrar algumas pontas de colunas que estão enfeiando nossa história. Existem patamares que construímos que precisam ser desfeitos para que entre mais luminosidade em nossa janela. Há colunas que precisam ser destruídas porque ficaram tortas no início da construção. Existem algumas cintas que passam no meio da sala e diminuem um pouco a beleza do ambiente, mas são necessárias para a sua sustentação.

Há, acredito, coisas inevitáveis na vida. É inevitável chorar. Se não chorássemos, uma hora explodiríamos por não ter "esvaziado nossa alma".
É inevitável se sentir só de vez em quando. As maiores inspirações aparecem quando estamos nos sentindo meio pra baixo. A solidão, por tempo limitado, é claro, nos ajuda a pensar em nós e a descobrir o que ou quem realmente somos.
É inevitável o medo. O medo, todo já sabe, nos faz ficar alertas, ligados e nos ajuda a não cair em qualquer cilada. Não é à toa que a Bíblia diz que as ciladas do diabo são astutas, ou seja, bem-feitas, isto é, podem nos pegar em pequenos detalhes.
É inevitável a dor. A dor é uma grande antídoto para a catástrofe. Se não sentíssemos dor, provavelmente colocaríamos o dedo duas vezes na tomada, bateríamos com a força a cabeça na parece quando estamos com muita raiva ou, quem sabe, cortaríamos os pulsos todas as vezes que algumas  pessoas nos tirassem do sério.
É inevitável a falta de dinheiro. Isso é deveras interessante. Mesmo as pessoas mais ricas, vez ou outra, se enrolam com esse pequeno pedaço de papel. Esses momentos em que o dinheiro anda à distância servem para que percebamos o que realmente nos importa.
É inevitável a perda. Perder nos ensina que não somos donos da verdade, que não temos todo o controle, como gostaríamos. A perda nos ensina a nossa pequenez.

Portanto, em vez de ficarmos reclamando da vida, talvez seja uma boa oportunidade de parar para aprender sobre tudo isso e construir o futuro com base naquilo que realmente queremos e somos e não com base no que disseram que queremos e temos de ser.

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