sábado, 14 de janeiro de 2012

Cicatrizes da Alma.


No clima tropical da Califórnia, nos Estados Unidos, existe um tipo de pinheiro que atinge até 100 metros de altura. Esses pinheiros são conhecidos como sequoias.

Por ser um lugar bastante quente, a Califórnia é palco de muitos incêndios durante o ano. Obviamente, o lugar mais atingido por eles são as florestas, onde estão os pinheiros.

Segundo relatos, as sequoias podem passar e vencer vários incêndios sem perder a vitalidade. Isso acontece porque elas têm uma casca muito grossa e resistentes e as chamas não conseguem penetrar-lhes o caule. Depois de passar um incêndio muito forte, a árvore costuma ficar meio "doente", "dolorida" e triste por mais ou menos 1 ano. Mas ela não morre. Depois de um tempo ela volta a viver feliz.



Essas árvores me inspiram porque tal como elas nós passamos por muitos e incontáveis incêndios ao longo de nossa caminhada. Mas, ao contrário do pinheiro, não aprendemos a desenvolver a nossa casca resistente para enfrentar esses dias de chamas. O que faz as sequoias viverem depois de muitos incêndios, além de grossa casca é a sua altura. Em busca de mais luz, elas vão se esticando e podem chegar a 100 metros de altura. Dessa forma, o fogo consome seu caule, seu tronco, mas não atinge sua cabeça, sua copa.


Pensando nisso, começo a pensar em nós. Às vezes precisamos guardar nossa cabeça dos incêndios. Se as nossas emoções, se o nosso coração, se o centro de nossa vida estiver doente, vamos morrer. As sequoias sabem que se não esticarem seu tronco à altura máxima, o fogo devora tudo, inclusive suas lindas e vivificantes folhas. Mas nós ainda não aprendemos.  Precisamos guardar as nossas cabeças para que quando o vento do incêndio chegar possamos estar em lugar seguro.

Os incêndios vorazes que nos alcançam vez ou outra nos pegam muito de surpresa. Somos, de repente, assolados pela sombra da solidão, da frustração, da dor, da amargura, da traição. De uma hora a outra, vemo-nos no centro de um temporal de fogo e ele chega às nossa bases. Corrói nosso caule. Às vezes atinge aquilo que mais amamos, que mais estimamos e as perdas irreparáveis se tornam inevitáveis.


Por isso, precisamos ser como as sequoias: esticar nosso pescoço para o lugar mais alto em busca de luz. Precisamos nos tornar elásticos a fim de não permitirmos que as cinzas e os incêndios devorem a nossa cabeça, a nossa fé, a nossa vontade de vencer. E a única coisa que podemos fazer para vencer esses incêndios é CORRER PARA DEUS.

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